Adeus, andorinha

Como te admiro pequena andorinha!
Constróis teu ninho com toda a dedicação, e depois
quando o ninho já tem o teu jeito, o teu cheiro,
quando deixa ser só mais um ninho, tens de partir.
E com toda a coragem e determinação partes,
em busca de mais uma primavera, começando tudo de novo.
Mesmo com a certeza do adeus, não deixas de fazer o teu melhor
e mais confortável ninho.
Talvez a primavera se engane, e se demore.
Talvez olhes de frente a despedida e lhe digas adeus, de uma vez por todas.
Talvez o outono se constipe e deixe de soprar tão forte,
ou talvez o inverno se perca de amores, e não volte.
Como eu gostava de te dar a primavera em cada amanhecer.
Como eu gostava de fintar a despedida que espreita,
e bater-lhe com a porta na cara!
Sabes andorinha, tu irás renascer em cada despedida,
encontrarás outros ninhos, outras primaveras.
Eu ficarei com o vento, que lentamente me irá despir cada ramo,
Ficarei com o inverno que cobrirá de musgo meus galhos,
esperando em cada amanhecer, a primavera que te trará de volta.

Rosa do vale do rio

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