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A mostrar mensagens de agosto, 2016

Pequenino

Às vezes gosto de ver ao alto das coisas mais pequeninas. Nesse alto, onde tudo fica mais alto, neste mágico lugar, onde ser pequeno é ser tão grande. Rosa do Vale do Rio

metamorfosico olhar

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Fecha os olhos por um momento. Agora, deixa teus olhos cair a teus pés. Vê como são fortes a raízes que te prendem ao chão. Lentamente, deixa o teu olhar percorrer o teu tronco. e faz uma pausa por aí. Vê como seria bom repousar nele, na sombra que ele conserva. Os ramos, quais braços que equilibram, abrigam, protegem, aninham. Agora, levanta o olhar. Vê como tuas folhas cintilam e brilham com o vento e a luz, e a luz e o vento, num bailar ritmado, inesperado, quase inconsequente. Ah! Quantos ventos e tempestades e sóis? E tu? Sempre de pé! Sabes, quando te abracei ao partir, eu trouxe um pouco de ti comigo. Tu, que danças ao ritmo das tempestades, a inspiradora coragem de resistir, essa, que plantaste em mim. Assim, humildemente, crescendo a teu lado, tu olhando o sol, e eu olhando-te a ti, sigo a teu ritmo. E sigo as tuas ondulações. Vê o quão verde tu és. Não, Não te irão derrubar! Porque tu irás dançar, baloiçar, ondular teus ramos, alguns poderão quebrar, mas as

Ecos

A noite tem um perfume fresco e ressacado de um dia quente, O céu tão brilhante, de estrelas e pó de estrelas e constelações baralhadas em estilhaços cintilantes. A lua vem tardia, vaidosa, protagonista de sonhos. As horas não têm pressa. A cada pedalada, um voo. E fico leve.  Flutuo, nessa água que se confunde e se funde neste pequeno pedaço de mundo onde a paz impera, o silêncio tem notas de música e os dias têm ecos de riso. Rosa do Vale do Rio 

À sombra da Lua

Ontem estavas linda. Vestida de uma luz tão branca, como só tu sabes brilhar. Deixei que iluminasses meus pensamentos, que como a noite onde tu não habitas, estavam sombrios, ausentes de cor,  sem a profundidade que encontro em ti. Mas as nuvens, essas inconformadas, carregadas de lágrimas alheias, sem pretexto, sem sal, indiferentes, decidiram escurecer-me de ti. E não voltaste. Não habitaste sequer meus sonhos. Não alimentaste os meus desalinhos. A noite adormeceu ausente de sonhos plantados nesse incerto onde balanço, onde as raízes não abraçam a terra, mas flutuam. E o dia acordou como eu, vestido de cinza, tentando com seu pó apagar o fogo que teima, e arde e queima, debaixo da pele que visto hoje. Rosa do vale do rio

Inatingível Eu

Sim, hoje a paz adormeceu comigo, entrelacei meus dedos nela. Ouvi o seu sopro nas folhas das árvores, como uma canção de embalar. Os pensamentos, esses alucinados, levantaram voo e foram até onde só a minha mente poderá chegar. Levantaram voo para o inatingível eu, esse lugar secreto, onde me encontro e me perco. Rosa do vale do rio

Tens de te acreditar

Onde estavas quando olhei nos teus olhos? Onde estavas tu quando te gritei meus silêncios? Não podias ser tu. E quando o coração palpitou em todo o meu ser, onde estavas, quando meu olhar se enterrou, escavou minhas entranhas. Olhei-te nos olhos. Chamei o mar do teu olhar, o mar revolto de vida, que me ensinaste a ser. Não vieste. Mas teu sopro de lucidez que embriaga de maresia, salgou meu rosto, esbofeteou a razão e levou-me a ao fundo de mim. Ajoelhei meu olhar perante o teu, e a tua música ecoou dentro de mim, meus olhos oceanos teus e juntos hasteámos a dança de nós. Rosa do Vale do Rio