Assim... (fora de cena)
Tal como actriz atirada para o cenário em improviso,
sem guião... preparada para o nada.
E o nada é tanto, naquele momento.
cada palavra determina a acção que virá a seguir.
Não tenho pistas cronológicas, não tenho pistas de todo.
Deixo-me fluir tentando não baralhar os acontecimentos,
A linha é ténue, a linha balança, a linha quebra de vez em quando...
E é esse o auge, tal qual uma obra por esculpir, da qual o pano caiu...
Quando visto fora de cena, é tão surreal quanto a própria realidade do momento.
A confusão, o embaraço, os olhares embriagados pela emoção,
a mente que teimosa e irrequieta, não sossega na procura de sinais,
um estalar de dedos bastaria.
Mas, não. Nunca são tão óbvios assim.
Saio de cena, com a sensação de que nunca deveria ter entrado...
Assim,fora de cena. Eis que dou ouvidos à minha música interior e deixo-me guiar...
deixar o controlo ir... ressacar a sua ausência... numa tranquilidade inesperada,
uma certa dose de medo.
Um medo que não é pânico, ou angústia...
é um medo verdadeiro, um medo responsável.
Rosa do Vale do Rio
Rosa do Vale do Rio
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